Sabe a real importância de um projeto de arborização e paisagismo urbano? Entenda a importância da elaboração correta destes documentos


A expansão da população e o êxodo rural nas últimas décadas acarretaram o crescimento dos centros urbanos e a criação de novos municípios. Com isto, muitas florestas foram sendo suprimidas afim de liberar o espaço para a construção de novas edificações e ampliação das áreas urbanas.

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Maior parte da população mundial reside e vive em centros urbanos com o continuo a serviços públicos essências, fundamentais para conforto e qualidade de vida das pessoas. E muito centros urbanos ainda não possuem ambientes arborizados para melhorar a qualidade do ambiente e proporcionar lazer e conforto aos cidadãos.

Assim, a arborização vem como uma ferramenta e serviço público cuja finalidade principal é amenizar os impactos ambientais adversos devido as condições de artificialidade do meio urbano além dos aspectos ecológico, histórico, cultural, social, estético e paisagístico, que influenciam a sensação de conforto ou desconforto das pessoas.

A arborização é o ato de implantar arvores em vias públicas de modo que não cause conflito com outros componentes do meio urbano, como fiações da rede elétrica, meio fio, calçadas e postes. O paisagismo sempre estará atrelado aos serviços de arborização urbana, e este, por sua vez, visa melhorar a fisionomia do ambiente por meio da implantação de plantas ornamentais.

Deve-se considerar na arborização a implantação de Palmeiras e arbustos, apesar de não serem consideradas como arvores, estas contribuem para o paisagismo e possuem aspectos ambientais importantes, principalmente onde há limitação ou restrição para o uso de árvores.

Além de ser considerada como uma estratégia para amenização de aspectos ambientais adversos, a arborização urbana é importante sob os aspectos ecológico, histórico, cultural, social, estético e paisagístico, contribuindo para:

·   A manutenção da estabilidade microclimática,

·   O conforto térmico associado à umidade do ar e à sombra.

·    A melhoria da qualidade do ar.

·   A redução da poluição.

· A melhoria da infiltração da água no solo, evitando erosões associadas ao escoamento superficial das águas das chuvas.

·    A proteção e direcionamento do vento.

·    A proteção dos corpos d’água e do solo.

·    A conservação genética da flora nativa.

·   O abrigo à fauna silvestre, contribuindo para o equilíbrio das cadeias alimentares, diminuindo pragas e agentes vetores de doenças.

·  A formação de barreiras visuais e/ou sonoras, proporcionando privacidade.

·  O cotidiano da população, funcionando como elementos referenciais marcantes.

·    O embelezamento da cidade, proporcionando prazer estético e bem-estar psicológico.

·      O aumento do valor das propriedades.

·      A melhoria da saúde física e mental da população.

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Planejamento da Arborização 3q6z5t


O planejamento consiste de uma etapa ideal em qualquer empreendimento, e em projetos de arborização urbana não é diferente. Esta etapa do projeto não pode ser negligenciada, como ocorre em muitos casos. Quando realizado um plantio sem o devido planejamento, principalmente quanto aos recursos humanos, materiais necessários e a distribuição espacial das mudas, pode implicar no fracasso do empreendimento ou em sérios problemas futuros, como conflitos de arvores com a rede elétrica e calçadas quebradas devido a injúria da raiz.

Para começar o planejamento de seu projeto de arborização, primeiro devemos entender dois componentes principais da arborização: as áreas verdes e a arborização viária. Para cada uma delas, o planejamento e o manejo devem ser diferenciados.


Áreas Verdes: são distribuídas no espaço urbano como parques, praças e jardins. O planejamento para estas áreas exige a elaboração de projetos paisagísticos, de implantação e manejo, muitas vezes específicos para cada unidade.


Arborização Viária: é composta pelas árvores plantadas nas calçadas das ruas da cidade e nos canteiros separadores de pistas de avenidas. 

Para ambos componentes mencionados acima, é preciso ser feito o planejamento do plantio das árvores, para evitar uma série de problemas futuros. Também devem ser levados em consideração na implantação da arborização aspectos culturais e históricos da localidade ou as necessidades e anseios da comunidade, tendo em vista que a participação da população é uma condição importante para o sucesso de qualquer projeto de arborização urbana.

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Avaliação da Arborização 5546s


Para o correto manejo da arborização, é necessária e muito importante a disponibilidade de informações do número e qualidade das árvores existentes no local de interesse, seja um canteiro, uma rua, um bairro ou uma cidade inteira. A avaliação da arborização é feita por meio de um Inventário, consistindo de uma coleta de informações sobre os espécimes existentes e os locais onde estão situados, visando avaliar suas condições, de forma a garantir a viabilidade das funções e benefícios estéticos, ambientais, sociais e econômicos pretendidos com a implantação da arborização no local.

Dependendo da sua abrangência, o inventário pode ter as seguintes finalidades:

·         Conhecer e avaliar o patrimônio arbóreo existente.

·         Identificar locais para o plantio de novas árvores.

·   Localizar árvores com necessidades de intervenção (poda, tratamento ou remoção).

·        Definir as prioridades nas intervenções.

· Monitorar a arborização visando identificar taxa de sobrevivência, espécies mais adequadas e mais resistentes.

· Avaliar os custos da arborização, visando quantificar a necessidade de recursos para a manutenção das árvores, permitir aos gestores justificar o orçamento junto aos tomadores de decisão e esclarecer o programa de trabalho para a comunidade.

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Parâmetros de Avaliação 244r5f


Para avaliação da arborização, os parâmetros a serem levantados podem ser organizados em quatro grupos:

·        Localização da árvore.

·   Características da árvore, tais como nome vulgar e nome científico, altura total e da primeira bifurcação, diâmetro do tronco e de copa, fenofases (presença e estágio de desenvolvimento das folhas, flores e frutos), condição físico-sanitária, condição do sistema radicular.

·    Características do local, como área livre ou área disponível para crescimento, afastamento predial ou afastamento frontal, dimensões de calçadas e vias, entre outras.

·         Informações de manejo: posição da árvore em relação à rede de energia elétrica, compatibilidade da arborização com a iluminação pública, controle sanitário e a necessidade de poda ou remoção da árvore, além de outras intervenções que se fizerem necessárias.


Para áreas verdes, a avaliação da arborização deve ser feita uma investigação cadastral e cartográfica de cada área, seguida do levantamento dos parâmetros de conservação da área em si, quanto aos aspectos:

· Urbanísticos: pavimentação e delimitação de canteiros, iluminação, equipamentos e recursos paisagísticos.

· Bióticos: tipologia vegetal, arborização existente, fauna associada, manutenção paisagística etc.

·    Físicos: características do solo, existência de recursos hídricos, de focos de erosão etc.

·     Fundiários: limites, vizinhança, propriedade.

·     Uso público: apropriação de uso pela população.

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Elaborando um Projeto de Arborização 1l3t4n


O projeto de arborização deve contemplar em seu esboço as adversidades típicas do ambiente urbano ao selecionar espécies de árvores mais adequadas ao espaço físico disponível e às condições ambientais e antrópicas locais.

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Arvore certa no lugar Certo 29cm


Sempre que se planeja a implantação de árvores em meio urbano, a palavra Diversidade deve ser considerada, em todos os sentidos:

·        Diversidade de espécies: atualmente recomenda-se como regra básica procurar densidades que não ultraem 30% de uma única família de árvores, 20% de um único gênero e 10% de uma única espécie.

·      Diversidade genética: quanto mais diversa for a origem geográfica dos espécimes plantados, maiores serão as chances de se conseguir essa diversidade, contribuindo para possíveis tolerâncias a adversidades ambientais e ataques de pragas ou doenças.

·        Diversidade de idade das árvores: diferentes estágios de desenvolvimento das árvores, permitindo a renovação suficiente do estoque de indivíduos.

·     Diversidade de formas e hábitos de crescimento das espécies: tendo em vista a importância e necessidade de se combinar as espécies aos locais onde serão plantadas.

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Quanto a escolha da espécie 5j5mc


Ø  Considerar os elementos da paisagem pré-existentes, especialmente os conjuntos arbóreos. O plantio de uma só espécie ao longo de uma via ou uma área pode ser interessante, pois facilita o planejamento das intervenções na arborização, cria um belo efeito paisagístico e torna-se uma referência valiosa para a comunidade. No entanto, a diversidade é importante no planejamento global e diminui os riscos de perda da vegetação por ataque intenso de pragas ou doenças. Portanto, se a área de plantio for expressiva, o ideal é tentar atender a ambos os objetivos, alternando espécies, porém formando conjuntos.



Ø  Em áreas muito expressivas devem ser previstos maciços de espécies diferentes, mesclando inclusive palmeiras e árvores, distribuídas de forma aleatória, criando efeito de bosque, com efeito paisagístico mais “natural”. Outra proposta interessante é o emprego de “coleções de plantas”, de uma mesma família, por exemplo, em um determinado espaço.


 Quanto ao espaço físico disponível

É fundamental que seja considerado em sua totalidade, isto é, o espaço disponível nas calçadas ou eios, assim como em seu entorno, nos seus diversos níveis e convivência.


Espaços Físicos utilizados na Arborização urbana.
Adaptação do  Manual de Arborização (2011).

Quanto às características da espécie 6k2b5z

 Devem ser considerados como preferenciais o uso de: 3xu12